A resistência microbiana aos antibióticos vem aumentando rapidamente em todo o mundo e, em particular, no ambiente hospitalar. Esse tema tornou-se motivo de preocupação crescente entre os profissionais da área de saúde, pois a cada ano observamos um aumento significativo de resistências aos mais diversos agentes antimicrobianos.
O uso indiscriminado e equivocado de antibióticos, facilita o surgimento de bactérias e outros microorganismos cada vez mais resistentes, reduzindo a eficácia dos medicamentos.
Os antibióticos podem ter atividade:
Bactericida: Inativa ou destrói os microorganismos. São utilizados preferencialmente em casos de doentes com sistemas imunitários debilitados e incapazes de destruir o agente bacteriano.São exemplos de drogas bactericidas: aminoglicosídeos, quinolonas, penicilinas, cefalosporinas.
Bacteriostática: Controla o crescimento bacteriano ao inibir sua multiplicação. Portanto, apenas impedem seu crescimento, não permitindo a evolução do estado infeccioso. A eliminação depende da imunidade do paciente. São exemplos de drogas bacteriostáticas: sulfonamidas, trimetropim, cloranfenicol, tetraciclinas, nitrofurantoína.
A resistência aos antibióticos ocorre quando estes perdem a capacidade de controlar o crescimento ou morte bacteriana, ou seja, é a forma que as bactérias encontram para neutralizar o efeito do antibiótico. Assim, uma bactéria é considerada resistente a determinado antibiótico quando continua a multiplicar-se na presença de níveis terapêuticos desse antibiótico.
Tipos de Resistência
A resistência bacteriana pode ocorrer de duas maneiras:
Resistência natural: Ocorre quando a bactéria já possui um mecanismo de defesa para determinado antibiótico. Geralmente a resistência natural está no Genoma (DNA, cromossomo) da bactéria e não no plasmídeo.
Resistência adquirida: Ocorre quando o antibiótico seleciona as bactérias mais resistentes e possibilita seu crescimento e desenvolvimento. Essa seleção acontece porque em uma população de microorganismos existem diferenças genéticas que conferem características diferentes a cada um deles, assim, as bactérias mais sensíveis são eliminadas pelo antibiótico e aquelas resistentes se desenvolvem e transferem essa informação às suas células-filhas. O que também pode ocorrer é uma bactéria tornar-se resistente à determinada concentração de antibiótico e sobreviver à concentração atingida no sangue e, no entanto, ser destruída por essa mesma droga ao se localizar, por exemplo, nas vias urinárias, onde a concentração é mais elevada.
Grupos Antibacterianos e suas resistências
β –lactâmicos
É através da produção de β-lactamases que as bactérias se tornam resistentes a estes antibióticos. Estas enzimas hidrolisam o anel β-lactâmico, transformando os antibióticos em produtos inativos.
Aminoglicosídeos
Existem três mecanismos de resistência a estes antibióticos: alterações na permeabilidade, modificações ribossômicas e produção de enzimas inativantes. Este último é mediado por plasmídeo, os outros por mutações.
Tetraciclinas
As bactérias se tornam resistentes as tetraciclinas por aquisição de plasmídeos de resistência.
Cloranfenicol
A resistência bacteriana ao cloranfenicol é feita pela enzima cloranfenicol-acetil-tranferase (CACT), fazendo com que a droga perca afinidade pelo seu alvo.
Eritromicina
Pode ocorrer por mutação ou plasmídeos de resistência.
Rifamicinas e quinilônicos
Ocorre devido a mutações que alteram as enzimas RNA polimerases e girases, fazendo com que as enzimas não mais se combinem com os dois grupos de drogas.
Sulfonamidas e trimetoprim
A resistência bacteriana as sulfonamidas pode ser por mutação ou por plasmídeos de resistência. A resistência ao trimetroprim é causada por plasmídeo.
Glicopeptídeos
Uma enzima que permite o que o estágio final da ligação bloqueado pela ação das drogas seja então concluído é produzida por enterococos resistentes.
A Falsa Resistência
Há um fenômeno freqüente decorrente da prescrição inadequada, que chamaresmo de “Falsa Resistência”.
A “Falsa Resistência” pode ser conseqüência de vários fatores:
Dose abaixo da necessária: A dose deve ser sempre calculada em função do peso do paciente. Respeitando-se os limites diários que certos antibióticos potencialmente tóxicos exigem, é melhor uma dose alta do que uma sub-dose.
Espaçamento incorreto entre as doses: O espaçamento entre as doses deve obedecer à meia vida do antibiótico, ou a sua concentração inibitória mínima. Aumentar a dose não leva ao aumento da meia vida, salvo se o mecanismo de eliminação do antibiótico estiver afetado.
Suspensão precoce do medicamento: Quando há a interrupção do tratamento antes do tempo necessário.
Desconhecimento da difusão e eliminação da droga: A prescrição de um antibiótico exige o conhecimento de sua difusão, via e mecanismo de eliminação.
Existência de barreiras: Abscessos, necroses, seqüestros em osteomielite, próteses, que impedem, ou dificultam a penetração do antibiótico no foco da infecção.
Interações prejudiciais ao antibiótico: Alguns exemplos de interações:
Cloranfenicol – elimina-se maciçamente por via renal, porem inativado pela conjugação com o ácido glicurônico.
Oxacilina ( ativa contra estafilococos) – não está indicada em meningites causadas por essa bactéria.
Você Sabia?
Quando o homem e os animais tomam antibióticos, em geral, cerca de 80-90% do antibiótico ingerido não é degradado e é expelido ainda intacto no solo ou na água, pelas fezes ou urina, e retém a sua capacidade para atuar nas bactérias e promover resistências, como produtos residuais.
Você pode ajudar a controlar e prevenir a resistência bacteriana, tomando antibióticos apenas quando é necessário, mantendo uma boa higiene, como lavar as mãos frequentemente utilizando água e sabão pois é o melhor desinfetante, prevenindo doenças e portanto, o uso de antibióticos.
Cozinhar bem os alimentos e ter cuidados de higiene na sua confecção previne as toxi-infecções alimentares.
Fontes: Instituto Nacional de Saúde, Ao Farmacêutico, Info Escola, Livro Antibióticos e Químioterápicos 5ª Edição - Hélvio Farias Auto, José Maria Cavalcanti Constant, André B. L. Constant.
O uso indiscriminado e equivocado de antibióticos, facilita o surgimento de bactérias e outros microorganismos cada vez mais resistentes, reduzindo a eficácia dos medicamentos.
Os antibióticos podem ter atividade:
Bactericida: Inativa ou destrói os microorganismos. São utilizados preferencialmente em casos de doentes com sistemas imunitários debilitados e incapazes de destruir o agente bacteriano.São exemplos de drogas bactericidas: aminoglicosídeos, quinolonas, penicilinas, cefalosporinas.
Bacteriostática: Controla o crescimento bacteriano ao inibir sua multiplicação. Portanto, apenas impedem seu crescimento, não permitindo a evolução do estado infeccioso. A eliminação depende da imunidade do paciente. São exemplos de drogas bacteriostáticas: sulfonamidas, trimetropim, cloranfenicol, tetraciclinas, nitrofurantoína.
A resistência aos antibióticos ocorre quando estes perdem a capacidade de controlar o crescimento ou morte bacteriana, ou seja, é a forma que as bactérias encontram para neutralizar o efeito do antibiótico. Assim, uma bactéria é considerada resistente a determinado antibiótico quando continua a multiplicar-se na presença de níveis terapêuticos desse antibiótico.
Tipos de Resistência
A resistência bacteriana pode ocorrer de duas maneiras:
Resistência natural: Ocorre quando a bactéria já possui um mecanismo de defesa para determinado antibiótico. Geralmente a resistência natural está no Genoma (DNA, cromossomo) da bactéria e não no plasmídeo.
Resistência adquirida: Ocorre quando o antibiótico seleciona as bactérias mais resistentes e possibilita seu crescimento e desenvolvimento. Essa seleção acontece porque em uma população de microorganismos existem diferenças genéticas que conferem características diferentes a cada um deles, assim, as bactérias mais sensíveis são eliminadas pelo antibiótico e aquelas resistentes se desenvolvem e transferem essa informação às suas células-filhas. O que também pode ocorrer é uma bactéria tornar-se resistente à determinada concentração de antibiótico e sobreviver à concentração atingida no sangue e, no entanto, ser destruída por essa mesma droga ao se localizar, por exemplo, nas vias urinárias, onde a concentração é mais elevada.
Grupos Antibacterianos e suas resistências
β –lactâmicos
É através da produção de β-lactamases que as bactérias se tornam resistentes a estes antibióticos. Estas enzimas hidrolisam o anel β-lactâmico, transformando os antibióticos em produtos inativos.
Aminoglicosídeos
Existem três mecanismos de resistência a estes antibióticos: alterações na permeabilidade, modificações ribossômicas e produção de enzimas inativantes. Este último é mediado por plasmídeo, os outros por mutações.
Tetraciclinas
As bactérias se tornam resistentes as tetraciclinas por aquisição de plasmídeos de resistência.
Cloranfenicol
A resistência bacteriana ao cloranfenicol é feita pela enzima cloranfenicol-acetil-tranferase (CACT), fazendo com que a droga perca afinidade pelo seu alvo.
Eritromicina
Pode ocorrer por mutação ou plasmídeos de resistência.
Rifamicinas e quinilônicos
Ocorre devido a mutações que alteram as enzimas RNA polimerases e girases, fazendo com que as enzimas não mais se combinem com os dois grupos de drogas.
Sulfonamidas e trimetoprim
A resistência bacteriana as sulfonamidas pode ser por mutação ou por plasmídeos de resistência. A resistência ao trimetroprim é causada por plasmídeo.
Glicopeptídeos
Uma enzima que permite o que o estágio final da ligação bloqueado pela ação das drogas seja então concluído é produzida por enterococos resistentes.
A Falsa Resistência
Há um fenômeno freqüente decorrente da prescrição inadequada, que chamaresmo de “Falsa Resistência”.
A “Falsa Resistência” pode ser conseqüência de vários fatores:
Dose abaixo da necessária: A dose deve ser sempre calculada em função do peso do paciente. Respeitando-se os limites diários que certos antibióticos potencialmente tóxicos exigem, é melhor uma dose alta do que uma sub-dose.
Espaçamento incorreto entre as doses: O espaçamento entre as doses deve obedecer à meia vida do antibiótico, ou a sua concentração inibitória mínima. Aumentar a dose não leva ao aumento da meia vida, salvo se o mecanismo de eliminação do antibiótico estiver afetado.
Suspensão precoce do medicamento: Quando há a interrupção do tratamento antes do tempo necessário.
Desconhecimento da difusão e eliminação da droga: A prescrição de um antibiótico exige o conhecimento de sua difusão, via e mecanismo de eliminação.
Existência de barreiras: Abscessos, necroses, seqüestros em osteomielite, próteses, que impedem, ou dificultam a penetração do antibiótico no foco da infecção.
Interações prejudiciais ao antibiótico: Alguns exemplos de interações:
Cloranfenicol – elimina-se maciçamente por via renal, porem inativado pela conjugação com o ácido glicurônico.
Oxacilina ( ativa contra estafilococos) – não está indicada em meningites causadas por essa bactéria.
Você Sabia?
Quando o homem e os animais tomam antibióticos, em geral, cerca de 80-90% do antibiótico ingerido não é degradado e é expelido ainda intacto no solo ou na água, pelas fezes ou urina, e retém a sua capacidade para atuar nas bactérias e promover resistências, como produtos residuais.
Você pode ajudar a controlar e prevenir a resistência bacteriana, tomando antibióticos apenas quando é necessário, mantendo uma boa higiene, como lavar as mãos frequentemente utilizando água e sabão pois é o melhor desinfetante, prevenindo doenças e portanto, o uso de antibióticos.
Cozinhar bem os alimentos e ter cuidados de higiene na sua confecção previne as toxi-infecções alimentares.
Fontes: Instituto Nacional de Saúde, Ao Farmacêutico, Info Escola, Livro Antibióticos e Químioterápicos 5ª Edição - Hélvio Farias Auto, José Maria Cavalcanti Constant, André B. L. Constant.
Um abraço e até a próxima atualização!
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